quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A contribuição dos clássicos



Luiz Sérgio Mafra

É evidente que a civilização ocidental possua traços característicos que a difere daquela oriental.  Embora sejam inegáveis as marcas que subsistem em nossa língua, como é o caso do “moçárabe” , que nos chegou por via indireta, através do contato do mulçumano com o português,  a influência oriental nunca foi assim tão determinante, quanto foram aquelas que remontam ao nicho da cultura Greco-Romana.
A língua é a depositária da cultura de um povo. Língua tem muito a ver com o modo de conceber as coisas, com o modo de pensar e atuar de num determinado contexto e época. A ela cabe a transmissão e a conservação da herança cultural. Nas suas raízes estão os Clássicos. Obras de uma envergadura tal, que acabam - mesmo com a passagem dos tempos - permanecendo como pontos de referências de uma inteira civilização. Os clássicos gregos, por exemplo, nos  fornecem um arcabouço que, recebem  até hoje, uma aplicabilidade nas estruturas de novos  pensamentos. Essa forma “arquétipa” foi largamente utilizada no campo da psicanálise. “Os Lusíadas” de Camões, a “Divina Comédia “ de Dante, “Dom Quixote”  de Cervantes, são clássicos oriundos de uma mesma plataforma  latina, tornando-se cada uma delas, paradigmáticas, forjando cada uma, a seu modo, novas identidades linguísticas.
Desconhecer tais incursões seria como que reduzir o horizonte que nos permite visualizar essas conexões que se estabelecem entre o passado e o presente. E, falando sobre o presente,  não podemos deixar de perceber em nossos dias o apelo dos clássicos, até mesmo nas produções da indústria cultural. Com o avanço das novas tecnologias e da sofisticação dos recursos audiovisuais, as narrativas mitológicas, não raramente, nos surpreendem, com seus inéditos efeitos especiais. Foi assim com “Star Wars”; com “Matrix”, “Guerra de Titãs” e tantos outros, que remontam aos arquétipos inclusos numa literatura que conserva ainda hoje, a jovialidade nas suas narrativas, no drama e na comédia da existência humana.
Por fim, ao abordamos a importância dos clássicos na formação intelectual das pessoas, lembre-nos de que, com certeza,  haveremos de topar pela frente,  com abordagens que nos  remeterão diretamente aos estudos dos Clássicos. Portanto, vamos nos entretendo cada vez mais  com eles, pois eles nos preparam a fim de que alcancemos algo mais...   

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